Amazônia: um pedaço à parte

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[RESUMO] Em reflexão sobre autores clássicos e contemporâneos da pesquisa e literatura amazônicas, autor reflete sobre cultura, tecnologia, educação e coronavírus. E como os contextos estranhos aos territórios e povos da floresta não oferecem respostas suficientes à região, vista como um pedaço à parte do Brasil.

Paul Ricoeur considera que somos leitores da história tanto quanto somos de romances. No momento da leitura, ocorre um entrecruzamento: a ficção toma de empréstimo a intencionalidade da história para a leitura de um texto. Isto é, para refigurar o tempo, a história se vale da ficção e a ficção se vale da história. Nesse caminho de mão dupla, não somos menos leitores de história do que de romances.

A ideia de Ricoeur permite um percurso pelos tantos textos que foram escritos sobre o território há muito visto e ainda alimentado no imaginário forasteiro como o “inferno verde”, ou mesmo um pedaço do Brasil “à margem da história”, como o teceram Alberto Rangel e Euclides da Cunha.

E não há como ler textos de romancistas que se debruçaram sobre a Amazônia sem pensar na história desse pedaço de mundo que, no ver de seus intérpretes, entre eles Marilene Corrêa da Silva, põe em debate questões singulares, mas nunca isoladas, que perfazem diversidades e conjugam as desigualdades vistas no conjunto do território brasileiro.

Mais do que uma invenção poética de todo o mundo, a Amazônia é uma construção social, socialmente elaborada e partilhada, ainda mais imaginada do que conhecida nos seus compassos. Muitos dos discursos construídos sobre ela, no ver de Ana Pizarro, chegaram por meio dos rios, pelos registros dos viajantes europeus.

Isso nos impõe uma certa habilidade imaginativa — sem mediocridade ou desafeição ao talento, como pensava Péricles Moraes — que também cambia para as leituras das narrativas dos intérpretes nacionais, filhos ou não da região, que desenham a Amazônia ou as Amazônias em suas metamorfoses.

São objetos de estudos que vislumbram, quase em consenso, o esquecimento da região, embora essa ideia careça de observações e explicações se interpretada à luz do quadro de fenômenos suscitados pelas articulações mundiais da economia, como mostra Marilene Corrêa em tese sobre a região.

A pensar também que não podemos imaginar uma Amazônia homogênea, mas várias Amazônias, por vezes singulares, por vezes díspares, num complexo de paradoxos visíveis aos que percorrem as geografias dos rios e matas, espaços habitados e desabitados.

As Amazônias que se veem hoje, não diferentes daquelas registradas pelos viajantes europeus e intérpretes do início do século passado, revelam males e desafios. Parecem amargar um futuro que já aparece proscrito e obsoleto nos registros empoeirados dos escaninhos das Academias e dos projetos governamentais, confusos, impraticáveis até para uma região com suas particularidades geográficas, culturais e populacionais.

O que faz da Amazônia o quadro que vemos hoje no Brasil, com tantos problemas, desafios, menos esperanças e alheia a propostas concretas?

A referência a Paul Ricoeur permite ver que os escritos feitos sobre a floresta percorrem da história à ficção dos registros de viajantes até o final do século xix e chega às narrativas de romancistas e historiadores nacionais do início do século xx.

Tantos eles, das mais diversas searas e ideias, no que pesem os olhares de Euclides da Cunha, Dalcídio Jurandir, Djalma Batista, Samuel Benchimol, Alfredo Rangel, Leandro Tocantins, Arthur Cézar Reis, entre outros pensadores e prosadores que não se furtaram a escrever o que viram em seu tempo.

Hoje, os que arriscam o pensamento ao empreendimento intelectual sobre a região registram, com vistas no presente e no passado, entre a história e a ficção, as realidades do espaço geográfico brasileiro ainda marginalizadas. Uma periferia dentro da periferia, marcado pelo que Boaventura Santos chama de linhas abissais, de invisibilidades e exclusões.

Visto como periférico, é tido como o Outro e, assim demarcado, impede a coexistência dos dois lados da linha, impondo a desqualificação dos saberes e práticas de povos vistos como não-válidos pelo pensamento dominante.

Sob esses óculos, a Amazônia, segundo Porto-Gonçalves, permite a possibilidade de análise crítica, “não só pelas funções que o metabolismo específico da região cumpre no metabolismo do planeta como um todo, mas também pelas múltiplas matrizes de conhecimento que seus povos/etnias/nacionalidades comportam e ativam”.

Élide Rugai Bastos e Renan Freitas Pinto, em dissertação sobre os intelectuais e a questão regional, indicam a importância da região e suas configurações como fatores definidores de fronteiras, sejam elas econômicas, sociais, políticas, demográficas, culturais. Região, lembram os dois teóricos, significa parte delimitada de um todo.

No contexto destes escritos, a expressão diz respeito às configurações territoriais e ambientais que combinam aspectos sociais, econômicos e culturais de uma parte do Brasil, com quem mantém uma relação conflituosa e de subalternidade. Para quem os olhares se voltam mais com ativismo do que com propostas que sejam capazes de dizer algo de concreto aos que habitam nesse vasto território ainda por ser posto à prova das reais intenções nacionais.

Reportando-me aqui às ideias de João Carlos de Carvalho, em palavras iniciais do seu Amazônia revisitada, é uma parte do território nacional em que o Brasil parece não estar, ou, na contramão das ideias de Flora Süssekind, para a Amazônia, o Brasil parece estar bem longe daqui.

Ainda, no contexto do que discutem sobre região, Bastos e Pinto consideram a importância dos intelectuais para pensar estratégias de mobilizações regionais e locais sem descolar do nacional. Segundo os pensadores, a condição do intelectual, para entender o local de onde percebe tantos outros movimentos, é importante.

Entretanto, não é o principal, pois, além do local da fala, importa também entender caminhos a serem percorridos e “buscar explicações para a rotinização das interpretações que se transformam em senso e que acabam por ‘justificar’ as medidas políticas assumidas. Assim, a alocação institucional aciona o próprio recorte do objeto […] além da posição política e social do intelectual”.

Para Edna Castro, a Amazônia vive em dois mundos: o da pós-modernidade e o da modernidade. Nesse contexto, ela é percebida pelos discursos que se fazem dela. Primeiro, colocam-na no centro das discussões e dos inúmeros interesses, como é o caso da questão ambiental, que incomoda o mundo, como desafio para a sobrevivência não apenas da humanidade mas também do planeta. Porém, o olhar, ou a ideia dos muitos que se referem a ela e colocam-na em discussões, parece ser um foco distante.

Segundo, é o olhar de quem não conhece a dinâmica da vida social da região, mas que reconhece sua importância enquanto depósito de riqueza hídrico-mineral, sua complexa biodiversidade, seu potencial econômico e o que dele se pode subtrair. Isto insere a região no contexto da globalização, mas também no viés da pré-modernidade, já que muitos problemas sociais desse período ainda persistem no contexto da pós-modernidade.

Entre os tantos problemas que separam a Amazônia da modernidade da pós-modernidade está o ainda precário acesso entre o Sul-Sudeste desenvolvidos e um Norte esquecido ou ignorado em sua vastidão. As estradas abertas no meio das matas em outros tempos — muitas delas intrafegáveis — são a prova.

É sob este panorama que Edna Castro considera que muito do dito sobre a Amazônia é falacioso e não converge para os modos de viver, produzir e pensar das sociedades que nela vivem, haja vista a persistência do caráter colonialista-evolucionista, que carrega um estereótipo desenhado por vários setores sociais, entre eles a mídia, cujo discurso influencia e orienta o país e as ideias acadêmicas, no contexto das instituições e da intelectualidade.

Diante disso, observa Castro, não há como atravessar as representações que perpassam pensamentos e ideias sem se opor a toda essa representação dualista, que se faz por oposições, confrontos e exclusões, a não ser pelos circuitos de conhecimentos mais aprofundados, através dos quais se reproduzem e refazem-se essas representações impostas sobre a região.

Laymert Garcia dos Santos, em sintonia com as ideias de Bastos e Pinto, Porto-Gonçalves e Castro, pensa que os problemas enfrentados na/pela Amazônia, além de a colocarem em posição de subalternidade no espaço internacional, com relação principalmente à sua biodiversidade e o trato da biotecnologia, também revelam uma política predatória.

Está em jogo, então, a sobrevivência da ancestralidade viva dos povos da floresta, inclusive dos indígenas, quando nos leva ao pensamento sobre a apropriação de seus recursos e saberes sem contrapartida.

Para Santos, a garantia da biodiversidade está ligada à sociodiversidade, e o destino da floresta é inseparável dos povos da floresta, além do que permite que se deixe escapar a oportunidade de conexão e interação entre tecnologia e saberes tradicionais, tradição e modernidade, a fim de colaborar com um futuro menos caótico da região e assim evitar a sua desintegração no compasso de ruptura que o país parece encenar concretamente. Ruptura essa que presenciamos em todos os setores, principalmente nos exames político e social.

Se o Brasil parece desconectado do mundo, a Amazônia, dentro do Brasil, não se mostra diferente”

Um pedaço à parte

Continuamos neste tópico com o pensamento de Laymert Garcia sobre o que o teórico considera indispensável, crucial até para o Brasil, e aqui pensamos ser necessária e urgente para a Amazônia: a modernização. Essa que parece vir a passos lentos, como tudo que ensaia chegar à região.

Nesse tempo, a pandemia nos obrigou ao recolhimento e ao afastamento, condenando as escolas à suspensão das aulas em todos os níveis, e permitiu-nos ver que a educação, como se mostra, é a última na fila de prioridades da modernização.

A escola não foi pensada, principalmente na Amazônia, para ser não presencial. Sem recursos tecnológicos que favoreçam as aulas remotas, poucos alunos têm acesso aos meios de comunicação virtual.

Muitos são os empecilhos para isso: da distância quilométrica que separa pequenos municípios e vilas dos centros que dispõem de tecnologia de comunicação às condições econômicas que impossibilitam o acesso aos instrumentos necessários às aulas, como a internet móvel, por exemplo.

Se o Brasil, sobre quem escrevia Laymert há duas décadas, ainda hoje, e ainda mais hoje, parece desconectado do mundo, a Amazônia, dentro do Brasil, não se mostra diferente.

O transporte ainda é predominantemente fluvial. O percurso por via terrestre, além arriscado e custoso, demanda habilidade dos motoristas e condutores, dadas as condições das estradas, muitas delas intrafegáveis em determinado período do ano. O reduzido trânsito aéreo, embora mais rápido, tem um preço inviável para os moradores que transitam entre municípios e estados.

Os rios, como escreveu Leandro Tocantins há 70 anos, ainda comandam a vida, e deles continua dependendo o homem, que se vê pequeno e impotente diante das distâncias tirânicas, da pujança da região e das dificuldades pelo descaso imposto há séculos.

A máxima de Flora Süssekind “o Brasil não é longe daqui” soa como ironia quando vemos uma região, com tamanho continental, desprovida de recursos capazes de facilitar a integração de sua população. As escolas fechadas e os alunos sem aulas, sequer as ditas remotas, ratificam isso.

Laymert dos Santos pensa que a modernização — não apenas das técnicas, mas principalmente do homem, necessária e pedra de salvação — é instrumento de integração nacional. No caso da Amazônia, não apenas a modernização para a integração pela infraestrutura de portos, aeroportos e estradas, mas, e principalmente, dos meios de comunicação e tecnológicos, que demandam uma engenharia bem mais complexa.

A internet ainda não é realidade nas comunidades rurais distantes dos centros urbanos, para onde dificilmente o poder público dispensa maior atenção. A ausência de internet nesses locais para o anunciado ensino remoto ratifica a necessidade de investimentos prioritários em tecnologia para essa modernização.

Se no espaço urbano a internet não colaborou para a aproximação do aluno com a escola — limitada pelas exíguas ‘aulas remotas’ — no espaço rural, a situação foi bem mais caótica. A precariedade das escolas, as distâncias entre as comunidades e a cidade e a escassez ou ineficiência de instrumentos que possibilitaram o contato do professor com o aluno, ainda que de modo remoto, indicam a abissalidade amazônica.

É fato que no mundo rural amazônico, a educação básica, principalmente a nível de ensino médio, ainda é privilégio de poucas comunidades.

O que se viu nos extremos rural e urbano foram situações claras de que é preciso investir na educação. Mais do que isso, é preciso pensar em tecnologias que possibilitem/facilitem o maior acesso do aluno ao conhecimento.

A propósito do pensamento de Laymert Garcia, é preciso modernizar a Amazônia, essa modernização passa também e principalmente pelas tecnologias de apoio e acesso às escolas, pela politização dessas tecnologias, como bem pensa Garcia.

Quando nos deparamos com a limitação a que fomos expostos na pandemia, o pensamento nos desloca para as ideias de Ricoeur e para os campos da ficção na relação com a história, que nos ajuda a entender — no polo em que a arte imita a vida — os vazios em que a Amazônia é deixada há tempos. Como bem percebeu Euclides da Cunha, está à margem da história, um espaço onde o homem é um intruso impertinente.

Mais de um século depois, pouca coisa mudou. As dificuldades de acesso à educação acompanham os largos passos que a região tem dado desde quando deixou de ser um território em disputa entre Espanha e Portugal, e depois o vasto Grão-Pará, para, mais tarde, perfazer o conjunto de unidades federativas. Pouca coisa mudou.

Há um vasto repertório literário que nos ajuda a entender a realidade de quase isolamento tecnológico vivida pelo homem amazônico. Também permite compreender o constante movimento que se faz do rural para o urbano em busca de melhores condições de vida.

As duas maiores capitais da Amazônia brasileira, Belém e Manaus, testemunham esse trânsito há alguns séculos. A saída de suas comunidades de origem para uma cidade mais próxima ainda é quase uma sina para muitos que buscam avançar nos estudos, quando finda o ensino fundamental ou o médio.

Dalcídio Jurandir, escritor paraense, registra esse trânsito em seus romances do “ciclo do extremo norte”, como são conhecidos, principalmente no primeiro deles, Chove nos campos de Cachoeira (1941). Ao narrar a saga do menino Alfredo, que sai da Vila de Cachoeira para estudar na capital paraense, Jurandir constrói um percurso ainda rotineiro do homem amazônico.

Nesse caso, a ficção encontra-se com a realidade; ou, como observa Ricoeur, no limite com que iniciamos este texto, essa relação permite o entrecruzamento da ficção com a história.

O deslocamento que faz do seu lugar de origem para a cidade, para continuar seus estudos ou mesmo para trabalhar, afasta o jovem do contato com a natureza do ambiente com que aprendeu a conviver e a reconhecer seus gestos e movimentos. Com isso, costumes e tradições vão sendo descontinuados, desacreditados e até mesmo esquecidos.

A falta de investimentos em educação, nas condições mínimas que possibilitem ao homem da zona rural permanecer em sua comunidade, é um problema que se junta a outros tantos vividos nos centros urbanos. Problemas que certamente não se resolvem com paliativos, quando aumentam nos rincões das periferias das cidades, nas favelas, nos morros, nos bairros sem condições mínimas de infraestrutura e de atendimento à saúde, por exemplo.

Além de questões relacionadas ao isolamento e à carência tecnológica, o homem amazônico vive um outro desafio: o da crise ambiental. O cuidado com a biodiversidade não diz respeito apenas ao local, regional ou nacional, porque mira toda a comunidade planetária.

Edgar Morin nos lembra de que os problemas planetários devem ser vistos e pensados como problemas essenciais, como desafios da complexidade que demandam uma reforma do pensamento. Timothy Morton, por sua vez, ensina que o pensamento ecológico deve alargar nossos modos de ver e pensar sobre tudo o que nos rodeia, possibilitando a reflexão sobre uma crise da civilização e da consciência, assim como vê Enrique Leff.

Portanto, as questões que dizem respeito ao meio ambiente requerem não apenas um olhar atento, mas também urgência na busca de soluções e políticas públicas, porque é um problema da coletividade.

Ao pensar sobre o acesso aos instrumentos tecnológicos que facilitem o ensino e a aprendizagem, o homem amazônico deverá também pensar como esses instrumentos de aproximação e de comunicação podem ajudá-lo a resolver os problemas da crise ambiental. E, quem sabe, cercado de instrumentos que possibilitem a interação entre escola e sociedade, haja um maior intercâmbio que permita, como vê Paul Ricoeur, o entrecruzamento de ideias de diferentes lugares.

Sobre esse intercâmbio, Enrique Leff considera a importância de pensar a crise ambiental sob o viés da interdisciplinaridade, da solidariedade das diversas formas de saberes e pensamentos, visto que a “interdisciplinaridade proposta pelo saber ambiental implica a integração de processos naturais e sociais de diferentes ordens de materialidade e esferas de racionalidade”.

Ainda, a convergência de diversos pensamentos permite questionar a racionalidade econômica e instrumental que legitimou a hegemonia homogeneizante da modernidade. Além disso, para Leff, o pensamento interdisciplinar, ainda que não suficiente, possibilita a concepção da complexidade como uma visão ecologizada do mundo na relação sociedade-natureza, população-recursos, ambiente-desenvolvimento.

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Enquanto precisa discutir a volta às aulas, o Amazonas lida com o agravamento da pandemia em diversas cidades. Edmar Barros/Amazônia Latitude

Pensar a Amazônia para a Amazônia

No Seminário Amazonia now: perspectives on a region in crisis, realizado pela Amazônia Latitude e Universidade Estadual da Flórida em parceria com as Universidades de Harvard, California Davis e Santa Bárbara em novembro passado, expositores de diferentes nacionalidades e formações acadêmicas foram unânimes ao afirmar que a crise ambiental na Amazônia não é apenas uma crise da Amazônia. É uma crise planetária, é um problema que afeta e diz respeito a todos, e por isso requer a preocupação, o envolvimento e o esforço coletivos.

Entretanto, é preciso pensar nesses problemas tendo em conta a realidade do homem que vive na região: o lavrador, o pescador, o indígena, o quilombola, o morador das pequenas comunidades às margens dos rios às das entranhas das matas. Cada um desses sujeitos tem suas histórias, seus costumes, seus modos de ver e pensar sobre o mundo que o rodeia, com que interage e de que se serve, e isso precisa ser levado em conta.

É preciso, por isso, que se pense a Amazônia a partir do local/regional, das suas especificidades, para o global, tendo em conta, como pensa Walter Mignolo, os projetos globais, muitos deles justamente os responsáveis pela crise ambiental planetária, pela violência lenta que se impõem sobre os povos amazônicos, desses projetos os de exploração da Coroa à Colônia.

Esse pensamento deve levar em conta, retomando Leff, que as diferentes práticas produtivas e estilos de vida que se desenvolveram ao longo da história e se especificam em diferentes contextos geográficos e ecológicos estão arraigados em racionalidades culturais. Estas, por sua vez, são constituídas pelas diferentes formas de organização simbólica e produtiva dos povos indígenas e das comunidades camponesas.

Muitos dos problemas ambientais com que nos deparamos — a degradação ambiental e a destruição de recursos — dizem respeito também à desintegração dos valores culturais, identidades e práticas produtivas das comunidades tradicionais.

Isso nos obriga pensar na legitimidade dos direitos dos povos e das comunidades sobre seus territórios e espaços étnicos, sobre seus costumes e instituições sociais e pela autogestão dos seus recursos produtivos.

Referências

Joaquim Onésimo Ferreira Barbosa é Doutor e Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pelo Programa de Pós-Graduação Sociedade – PPGSCA e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
Imagem em destaque: Família navega pelo rio Purus durante eleições em Lábrea. Edmar Barros/Amazônia Latitude

 

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