Amazônia Centro do Mundo

Em um ano tanto perigoso quanto promissor para um cenário já fragilizado como é o do ambiente brasileiro, a cidade de Altamira, no Pará, foi local de um encontro que buscou deslocar sentidos e lugares e colocar a Amazônia no seu devido lugar.

Realizado entre 17 e 19 de novembro, o evento Amazônia Centro do Mundo reuniu uma programação organizada por mais de 25 instituições de mobilização, ensino, religião e mineração, que pede atenção para as questões ambientais que ameaçam floresta e planeta.

O perigo de 2019 está na leitura de diversos movimentos e instituições sobre as manobras da fatia ambiental da política implementada à base de distorções e descontrole pelo governo de Jair Bolsonaro.

Basta ver que garimpeiros, grileiros e fazendeiros estão sendo recebidos em gabinetes, perdoados e incentivados a realizar todo tipo de truculência, como fizeram no espaço montado no campus da Universidade Federal do Pará para o evento. Felizmente, não conseguiram interromper o debate, informou a Agência Pública.

E a parte promissora é a capacidade de reação dos povos contra a violência mais escancarada do Estado brasileiro a partir deste ano. Uma delas foi a união de jovens ativistas europeus com os líderes da floresta em uma conferência alternativa, disse Eliane Brum em vídeo do The Guardian, que rompe com os moldes hierarquizados da COP ‘original’ por ser horizontal e não ter uma cúpula.

Lá, as bases dos movimentos conversaram para construir o Manifesto do Centro do Mundo, com denúncias sobre as falsas soluções que ameaçam a floresta, envolvimento para os futuros da Amazônia, a resistência feminina e a educação contra sistemas predatórios.

 

1 – Os jovens Anita Yakawilu Juruna e Elijah Mackenzie-Jackson posam para foto durante o ‘Amazônia, Centro do Mundo’. Ativistas europeus foram à Amazônia conhecer a mobilização política dos povos da floresta. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

2 – Davi Kopenawa Yanomami recebe os presentes para o início do segundo dia de evento na Terra do Meio, em 15 de novembro. Kopenawa significa marimbondo, bicho que não deixa que tomem sua casa, diz o pensador. E a Amazônia é a casa de todo o mundo. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

3 – De 17 a 19 de novembro, diversas lideranças sociais, religiosas, políticas, intelectuais, de ensino e de pesquisa reuniram-se na Universidade Federal do Pará em Altamira para debater futuros possíveis para a Amazônia e o resto do mundo. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

4 – Juma Xipaya de Carvalho é uma jovem liderança do povo que lhe empresta o nome e está localizado na região da Terra do Meio, no sudoeste do Pará. Os Xipaya possuem extensa experiência no manejo florestal para sua subsistência, e Juma é uma das vozes promissoras para os próximos anos de mobilização em defesa de modelos mais saudáveis de vida. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

5 – Raoni Metuktire foi uma das lideranças mais esperadas do evento. “Que os empresários, madeireiros e garimpeiros respeitem nossas terras”. Com idade estimada em 89 anos, o cacique Kayapó dedica a vida a lutar pelos direitos de demarcação de terras indígenas. Na foto, ativistas europeus posam junto com Raoni durante o ‘Amazônia, Centro do Mundo’. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

6 – Assim como fez em Altamira, Raoni Metuktire rebateu, em setembro, ataques vindos do presidente da república. “Bolsonaro é um louco, mas vou continuar minha luta. Não aceito violência”, disse na ocasião. Mas o líder kayapó faz questão de ressaltar, como fez em entrevista à BBC, que sua luta contra bolsonaro é a mesma daquela contra Lula e Dilma, ou seja, contra projetos e medidas do Estado brasileiro que atentam contra os direitos dos povos originários. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

7 – Parte da programação do ‘Amazônia, Centro do Mundo’ consistiu em oficinas, em produção de material e na organização de uma passeata pelas ruas de Altamira para divulgar e denunciar violações de direitos de povos tradicionais, exploração dos recursos naturais e minorias da região. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

8 – Organizado por mais de 25 instituições, o ‘Amazônia, Centro do Mundo’ foi pensado para deslocar sentidos e lugares e colocar a floresta como espaço central de mobilização e discussão política. Para isso, diversos ativistas europeus foram a Altamira, no Pará, para conhecer agentes locais e criar novos diálogos sobre o futuro. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

9 – Os guardiões da floresta não são apenas figuras de linguagem. Ao longo de todos os anos de destruição causada por diferentes projetos e Estados, a existência da floresta ainda hoje é fruto também do trabalho rotineiro dos povos indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos, entre outros. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

10 – Anita Yakawilu Juruna falou ao Guardian. “Achei que seria um evento importante, gente de vários lugares jovens como eu que estão se preocupando com a floresta, disse. Ela afirma que, além da hidrelétrica de Belo Monte, a mineradora Belo Sun é um empreendimento que pode ser mais uma fonte de graves impactos. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

11 – Nos três dias de evento, a arte e cultura dos povos tradicionais da floresta permeou o espaço. Além de apresentações culturais de artistas do Xingu, a Roça da Alimentação, uma feira dos povos, forneceu produtos alimentícios e obras dos artesãos locais. Foto: Lilo Clareto/ Amazônia Latitude.

 

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