Amazônia: Ciência e Cultura como memória e imaginação da Humanidade

Amazônia

O volume de informação que circula por nossas telas pode levar à anestesia ou à confusão. Além disso, arrisca relegar partes importantes da história de nosso tempo ao silêncio do desconhecimento. Nunca foi tão importante valorizar a função do editor, que precisa ser aquela pessoa que filtra a confusão e o excesso de informação equivocada e reestabelece a comunicação em torno do que verdadeiramente nos importa como comunidade humana que se pretende sempre diversa e cada vez mais humana. E o editor necessário faz isso poupando nosso tempo, nosso bem mais precioso, e direcionando nosso foco em busca da construção do conhecimento coletivo. Amazônia Latitude contribui para um debate democrático e decisivo, selecionando temas e buscando a construção de agendas qualificadas para uma reflexão urgente sobre o universo que cerca a floresta mais importante do mundo.

A linguagem, porém, é nosso maior instrumento de difusão do conhecimento. Longe dos jargões, o que se pretende neste espaço é levar Amazônia e Pan-Amazônia ao debate público. É trabalhar sob a perspectiva de pensar meio ambiente e os atores e ações sociais no âmbito das humanidades ambientais, reverberando vozes de manifestações científicas, culturais e da crítica social. Expressões das linguagens da ciência, da arte e das representações populares de sujeitos que agem em prol da transformação social da realidade sob a perspectiva ambiental serão valorizadas na revista que ora se apresenta, Amazônia Latitude.

Ampliar o debate crítico e o reconhecimento da legitimidade de pontos de vista com este foco é o compromisso objetivo desta revista. E convidamos você para fazer parte desse movimento.

Como pensar a Amazônia: ciência e cultura caminhando juntas

A produção do conhecimento científico e artístico, neste veículo, posiciona-se no cânone de perspectivas ecocríticas, orientado pela abordagem da Slow Violence como fundamento, e pelas categorias estratégicas Slow Seeing e Visual Sovereignty. A partir dessa estrutura, fomentamos o debate através de ensaios e artigos enviados por nossa rede de colaboradores nacionais e internacionais, todos traduzidos para o português. A revista também conta com um observatório para discutir os assuntos pautados na Amazônia e Pan-Amazônia, tanto no meio acadêmico quanto na grande mídia; galerias de foto que abordam a diversidade cultural e social amazônica; resenhas de livros, filmes, entre outros formatos de conteúdo sobre meio ambiente e temas relacionados; e dicas de leitura, vídeos, conteúdos diversos, que possam aprofundar o debate e o conhecimento de nossos leitores a respeito de preservação ambiental e sua importância para a manutenção da vida.

Vivemos um momento crítico onde o crescimento econômico – uma espécie de Deus, como assinalou Giorgio Agamben recentemente, avança agressivamente sobre a maior e mais rica floresta do mundo. A ameaça paira sobre a cabeça de povos tradicionais e da biodiversidade na Amazônia, uma vez que o progresso os considera empecilhos para o desenvolvimento da sociedade ocidental moderna. Na contramão, a catástrofe da exaustão de recursos naturais que garantem a vida de todas as espécies se aproxima a passos largos – a sociedade de consumo acabará por consumir a si mesma. Como a ciência já comprovou que há meios de preservar a floresta e os modos tradicionais de vida que os seres humanos que vivem nela criaram, há um ataque massivo em nossa sociedade de informação contra as construções do conhecimento científico e a favor de um anti intelectualismo. Pois o que a Ciência demonstra em termos de regime ambiental, faria com que o domínio do capital mudasse de mãos, e iniciaria uma mudança radical em nosso modo de vida coletivo, que se tornaria mais horizontal e cooperativo, o que não atende aos anseios de lucro das grandes corporações. 

Nesse contexto, através do conteúdo aqui publicado, a revista Amazônia Latitude pretende integrar, defender e colaborar, no que for possível, com a preservação da vida, da cultura, e tantos outros elementos únicos, que se vêem acuados pela ganância.

Junte-se a nós nessa causa.

Marcos Colón & Equipe Amazônia Latitude.

 

A fotografia em destaque é de autoria de Marcos Cólon, e remete à  BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica. Com mais de 4000km de extensão, foi construída durante o período de ditadura militar no Brasil (1964-1985), com o objetivo era integrar a região Norte ao restante do território brasileiro.
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